A crise financeira que o país vive e, consequentemente, o desemprego gerado tem feito com que muitos condôminos não tenham condições de pagar a taxa condominial fazendo crescer, consideravelmente, a inadimplência nos condomínios.
Com mais dívidas do que o salário permite pagar, a taxa de condomínio acaba tendo seu pagamento postergado ou suspenso, à espera de dias melhores. Atualmente, este é o maior problema para muitos síndicos que são cobrados pelos demais moradores que acabam tendo que arcar com as despesas dos vizinhos que não pagam.
O fato fundamental para reduzir a inadimplência é agir rapidamente e com rigor. O síndico deve deixar de lado o lado emocional e a amizade com os vizinhos. O papel dele é o interesse comum.
Veja algumas atitudes que podem melhorar a situação financeira do condomínio e evitar que o mal da inadimplência aumente ainda mais:
- Acompanhamento das contas: O síndico deve acompanhar, ao menos uma vez por semana, a situação financeira do condomínio, e saber quem está em dia, ou não, com a sua taxa. Deve também ser informado sobre quem está fazendo acordo com a administradora, no caso de existir, e também a respeito de novidades referentes a ações na Justiça.
- Cobrança rápida: O síndico deve ter agilidade logo após o vencimento da taxa, enviando uma carta amigável já com o boleto para pagamento. Dessa forma, consegue fazer com que aqueles que se esqueceram do pagamento consigam efetuá-lo o mais rapidamente. Quando esse boleto vencer pode enviar outra carta, dessa vez explicitando o referido débito em aberto.
- Ação judicial: O síndico não deve demorar para entrar com ação judicial contra os inadimplentes. O ideal é que se espere 90 dias, esgotando assim todas as formas amigáveis de cobrança.
Entrando com a ação rapidamente, o condômino inadimplente percebe que sua situação está sendo acompanhada de perto. Sente também a necessidade para que o pagamento seja efetuado rapidamente.
- Pagamento facilitado: Uma opção é o DDA (Débito Direto Autorizado), uma espécie de pagamento automático. Para tanto, o morador deve se cadastrar no seu banco, e depois pedir para a administradora mandar os dados para a instituição financeira.
Outra medida bastante utilizada é o serviço de segunda via de boletos pelo site da administradora. Dessa forma, quem perder o boleto consegue imprimi-lo ou mesmo pagar a conta sem precisar ligar para a administradora.
Também é importante que o morador tenha prazo para pagar sua cota. Por isso, o quanto antes recebe uma conta, mais rápido ele poderá pagá-la.
- Conscientização dos moradores: É importante que os condôminos entendam como funciona o financeiro do condomínio. Campanhas periódicas têm o efeito de diminuir a inadimplência sazonal. Nesse material é importante salientar o que é a taxa condominial, do que é composta, e como é utilizada.
Também é importante mostrar o impacto da inadimplência nas contas do condomínio. Descrever o que não deverá sair do papel por causa de pagamentos pendentes costuma ter efeito positivo. Apontar que os vizinhos custeiam os atrasados também.
- Conversa com o síndico: Se o síndico se sente a vontade e se o devedor dá abertura, vale a pena conversar de uma maneira informal e positiva com o morador inadimplente.
Mesmo que a ação já esteja na Justiça, se houver espaço, conversar com o morador com tranquilidade e explicar como está o caixa do condomínio surte efeito. Já houve situações em que uma boa argumentação do síndico conseguiu pagamento imediato dos atrasados.
- Plantão de pagamento: Quando a inadimplência já está muito disseminada, o ideal é que o síndico realize, ou solicite à administradora, um plantão com um funcionário para que os inadimplentes possam conversar sobre os atrasados.
O plantão é uma boa ferramenta principalmente para condomínios grandes, como do tipo clube. Vale lembrar que uma ótima época para o plantão é no final do ano. Quando o morador recebe seu décimo terceiro salário, poderá usar o recurso para pagar os atrasados no condomínio, principalmente se enxergar ali uma boa oportunidade.